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sábado, 20 de novembro de 2010

Urbanizações estão paradas pela crise

A conclusão das urbanizações da Quinta das Varandas e das Fontainhas, em Alenquer, que englobam centenas de fogos, não se perspectiva para os próximos anos. Depois das medidas preventivas para salvaguarda de espaços reservados para o traçado do corredor rodoviário do abortado aeroporto da Ota, que paralisaram as construções durante mais de dez anos, agora é a crise financeira que compromete o desenvolvimento dos bairros projectados para a zona da sede de concelho situada a Oeste do IC2 (antiga Estrada Nacional 1).
“Está tudo parado, devido à conjuntura actual”, confirmou ao Nova Verdade o presidente da Câmara de Alenquer, sublinhando que a situação “prejudica grandemente a câmara em termos financeiros, já que grande parte das receitas do município provinham das licenças passadas à construção”. “Não vendemos uma licença desde o início do ano”, lamentou Jorge Riso (PS), revelando que após a cessação das famigeradas medidas preventivas do aeroporto “houve contactos com os promotores das duas urbanizações, que englobam mais de um milhar de fogos, mas não há capacidade para avançarem, porque os bancos não emprestam dinheiro”.
Face aos avultados prejuízos que alegam ter suportado ao longo de todo o processo de medidas restritivas à construção, marcado por muitas indefinições, os proprietários das urbanizações chegaram a admitir processar o Estado português, através de acções no Supremo Tribunal Administrativo e na Comissão Europeia. Contudo, Jorge Riso diz que não tem conhecimento de que os promotores tenham efectivamente avançado com acções judiciais contra o Estado.
Com infra-estruturas públicas já concretizadas, que fazem inveja a algumas urbanizações do concelho de Alenquer dadas como concluídas, as urbanizações da Quinta das Varandas e das Fontainhas foram alvos de actos de vandalismo. Aos sinais de trânsito e bocas de incêndio arruinados, juntam-se largas dezenas de tampas de esgoto e da EDP que foram roubadas, deixando a descoberto e sem qualquer protecção buracos com mais de três metros de profundidade, que constituem flagrante perigo para quem passa por aqueles dois bairros em construção, nomeadamente crianças.
A urbanização das Fontainhas, situada a Oeste da Nacional 1, é propriedade das Construções ALM (Grupo Edifoz), apresentando como concluídos, há mais de sete anos, cerca  de  24  dos  800 fogos previstos e as infra-estruturas correspondentes à primeira fase do empreendimento (incluindo iluminação pública, sinalização rodoviária e bocas de incêndio). Já a urbanização Quinta das Varandas, situada numa zona adjacente do Casal de Santo António, comporta apenas as infra-estruturas rodoviárias, de saneamento e de iluminação pública.

Artigo publicado no "Nova Verdade", edição de 15AGO2010


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