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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Suspeitos de traficar quase uma tonelada de cocaína julgados em Alenquer

A cocaína foi dissimulada pelos suspeitos em sacas de carvão, entre os anos de 2011 e 2012
O Tribunal de Alenquer começa a julgar na quarta-feira seis pessoas alegadamente envolvidas na importação, da Argentina para Portugal, de quase uma tonelada de cocaína dissimulada em sacas de carvão entre os anos de 2011 e 2012.
Os seis arguidos, entre os 20 e os 48 anos, cinco dos quais em prisão preventiva, estão acusados, cada um, de um crime de tráfico de droga agravado e outro de associação criminosa. Dois deles respondem ainda pela alegada prática do crime de falsificação de documentos.
Desde 2010 que o grupo se dedicaria ao tráfico de cocaína da América do sul para a Europa e, nesse ano, por via da apreensão em Espanha de mais de meia tonelada dessa droga, decidiu escolher Portugal como porta de entrada do estupefaciente na Europa.
Segundo a acusação do Ministério Público, a que a agência Lusa teve acesso, a estratégia passava por exportar da Argentina, por via marítima, contentores de sacas de carvão para dissimular a droga, sendo depois armazenados em armazéns arrendados em Torres Vedras e Alenquer, até serem reencaminhados para Espanha por via terrestre.
Para o efeito, os arguidos passaram a usar nomes falsos em documentos de identificação pessoal, faturas e contratos de arrendamento, procederam a alguns carregamentos de teste e constituíram uma sociedade que seria a destinatária dos carregamentos e faria a separação da droga do carvão, explica a acusação.
O primeiro carregamento, contento meia tonelada de cocaína, chegou ao porto de Lisboa em novembro de 2011. Depois da separação dos produtos, o carvão foi vendido a uma empresa, mas duas sacas contendo 12 quilos de cocaína seguiram por descuido, misturadas com o carvão, vindo a ser apreendidas em dezembro.
Ainda assim, o grupo prosseguiu a atividade, mas veio a diferenciar as sacas de cocaína das de carvão com uma costura dupla.
O segundo carregamento, contendo 400 quilos de cocaína, ocorreu em março de 2012. Na altura, as autoridades policiais detiveram o grupo e apreenderam um total de 204 quilos de cocaína, dividida em 52 sacas, quer num dos armazéns, quer durante um transporte da mercadoria.
Um terceiro carregamento, com 150 quilos do estupefaciente, chegou em abril desse ano a Lisboa, mas o grupo já tinha sido detido, mantendo-se cinco deles em prisão preventiva a aguardar julgamento.
As buscas permitiram às autoridades apreender os documentos falsos usados pelos arguidos, bilhetes de viagens de avião e comboio, comprovativos de transferências bancárias, faturas de hotéis ligadas à atividade, telemóveis e ainda 11 mil euros em dinheiro.
O Ministério Público veio a atribuir especial complexidade ao caso, dada a gravidade dos crimes, por considerar que "o tráfico de droga àquela escala facultava lucros de milhões de euros", já que cada quilo de cocaína está avaliado em cerca de 50 mil euros.

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