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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Idoso condenado por homicídio nega ter matado mulher

Um idoso acusado pelo homicídio da mulher por motivos passionais negou hoje no Tribunal de Alenquer que a matou com um machado, mas confessou a autoria de agressões físicas com as mãos.
"Agarrei-a e dei-lhe socos na cara. Ela caiu e bateu com a cabeça na mesa-de-cabeceira. Como não tive força para a levantar, vim para a rua gritar por socorro", afirmou o arguido, de 80 anos, ao coletivo de juízes, admitindo que desconfiava de que a esposa o traía.
Quando confrontado pelo tribunal com o machado, que foi encontrado no interior da habitação pela Polícia Judiciária (PJ) com vestígios de sangue humano, o homem negou que o tivesse usado para agredir a vítima.
"Não lhe bati com o machado", disse, acrescentando que nesse dia o tinha usado para cortar carne que cozeu para os cães, sem, contudo, explicar os vestígios de sangue encontrados no candeeiro e na parede do quarto.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o arguido é acusado de um crime de homicídio qualificado e outro de violência doméstica.
Em março, desconfiado de que a sua mulher (77 anos) o traía com outro homem, desferiu várias pancadas com um machado sobre a vítima e vários socos na cabeça, dentro da casa onde ambos residiam, vindo a causar a morte da vítima, que veio a ser encontrada morta no quarto da habitação onde residiam.
Segundo o MP, sem que houvesse discussões prévias, o arguido "batia frequentemente sem motivo na sua mulher, dando-lhe murros, chapadas, empurrões, puxões de cabelo e pontapés" e empurrando-a por vezes para o chão e pontapeando-a".
Em 2012, a mulher apresentou queixa na GNR, acabou por se separar do cônjuge e passou a viver num anexo da habitação.
Confrontado com a acusação, o arguido disse hoje em tribunal que "é mentira" que batesse ou injuriasse a esposa, negando ainda as ameaças de morte e duas ocasiões em que lhe tentou apertar o pescoço e lhe atingido a cabeça com a ponta de uma faca e afirmando que ela "inventava" para se queixar à GNR.
Na primeira sessão do julgamento, os inspetores da PJ inquiridos explicaram que encontraram o machado junto às escadas que davam acesso ao primeiro andar da casa, onde se localiza o quarto onde decorreram os factos que motivaram a morte da vítima.
O objeto encontrava-se "com sangue fresco a começar a coagular", que as perícias feitas confirmaram ser humano, além de outros vestígios de salpicos de sangue encontrados no quarto e nas mãos e roupa do arguido.
Os inspetores da PJ especificaram ainda que "a agressão terá sido com a parte do machado oposta à lâmina, porque se fosse com a lâmina as lesões seriam mais profundas e mais extensas".
O arguido, que foi condenado em 1972 a 18 anos de prisão por homicídio de uma outra mulher, sua senhoria, está a aguardar julgamento em prisão preventiva na enfermaria do estabelecimento Prisional de Lisboa.

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