Quando o país dorme e a maioria das rádios entra em piloto-automático sobe-se a via do microfone na Voz de Alenquer. É a rádio local mais ouvida da região de Lisboa, onde 80 mil pessoas se ligam todos os dias. Cromos da Madrugada não é só um programa, é uma presença na solidão de quem ouve e uma forma de saciar o vício de quem gosta há muito de fazer rádio.
Dois minutos para lá da meia-noite — noite cerrada na rua —, ouve-se “bom dia” no éter. Chove e os pingos ecoam na porta estreita da casa que é do jornal e da rádio de Alenquer, vila a pouco mais de 30 quilómetros de Lisboa. Não há ninguém na rua.
Dois minutos para lá da meia-noite — noite cerrada na rua —, ouve-se “bom dia” no éter. Chove e os pingos ecoam na porta estreita da casa que é do jornal e da rádio de Alenquer, vila a pouco mais de 30 quilómetros de Lisboa. Não há ninguém na rua.
A rádio fica lá em cima, numa espécie de sótão adaptado, que se mantém intacto com a passagem dos anos. Não são mais de dez metros quadrados num estúdio que parece tirado do tempo das antigas rádios-pirata. Vítor Martins assume os comandos da emissão que arranca à meia-noite e pára “quando tiver de ser”. De dia é delegado de informação médica hospitalar, nas primeiras horas da madrugada de quinta para sexta-feira torna-se animador de rádio.