Alenquer vai assinalar os 520 anos do nascimento de Damião de Góis, historiador e humanista natural deste concelho do distrito de Lisboa, com um programa comemorativo organizado pelo município, entre 02 de fevereiro e 04 de março.
O programa continua a 06 de fevereiro com um roteiro pela Alenquer Goesiana, a 12 de fevereiro, com a apresentação do documentário "Aristides de Sousa Mendes, o cônsul de Bordéus" e, a 19 de fevereiro, com a conferência "Vinhais: judeus, marranos e inquisição" e o concerto "Lads d’Alenquer".
A 20 de fevereiro, Damião de Góis é contado às crianças e jovens, a 26 é feito um roteiro pela vila alusivo ao autor para famílias e, a 27, está previsto um concerto de música sefardita.
A exposição "Damião de Góis: o Homem e a Obra" vai estar em itinerância pelos vários agrupamentos de escolas do concelho, entre 02 de fevereiro e 04 de março.
Um dos objetivos do programa comemorativo é aproximar a figura histórica da comunidade escolar, estando previstas atividades dirigidas aos alunos desde o primeiro ciclo ao ensino secundário.
Em 2017, a câmara municipal inaugurou o Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição na Igreja de Nossa Senhora da Várzea, local onde o humanista foi sepultado em 1574 e daí transladado, em 1941, por aquela se encontrar em ruínas.
Damião de Góis (1502-1574), um dos espíritos mais críticos da sua época, foi o representante português na Europa culta do século XVI, o responsável pela Feitoria de Antuérpia, guarda-mor da Torre do Tombo e amigo próximo de Erasmo de Roterdão, colecionador de arte e compositor que soube assimilar a polifonia da sua época, tendo personificado "a tolerância contra os ódios", como o definiu o professor José Mariano Gago (1948-2015), que dedicou grande parte dos seus últimos anos de vida à investigação sobre o humanista português.
Essa investigação viria a ser documentada, em 2018, na mostra "Ao encontro de Damião de Goes, para José Mariano Gago", da fotógrafa Luísa Ferreira, levada exatamente ao Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição, também documentada em livro, com vários depoimentos, entre os quais se lia que "o humanista tolerante, preso (e provavelmente assassinado) pela inquisição, é uma metáfora da luta, no passado e no presente, contra a intolerância, o ódio e a ignorância".
Fonte: https://24.sapo.pt/
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