O líder da rede criminosa não é arguido no processo, porque está detido na Argentina |
Dos seis arguidos - cinco de nacionalidade argentina e um romeno -, com idades entre os 20 e os 48 anos, cinco encontram-se em prisão preventiva. Estão acusados, cada um, de um crime de tráfico de estupefacientes agravado e de associação criminosa, além de dois deles responderem também por falsificação de documentos. O líder da alegada rede criminosa não é arguido no processo, uma vez que está detido na Argentina por crimes idênticos.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, a estratégia passava por exportar da Argentina, por via marítima, contentores de sacas de carvão para dissimular a droga, sendo depois armazenados em armazéns arrendados em Torres Vedras e Alenquer, até serem reencaminhados para Espanha por via terrestre. Um dos principais arguidos no caso confirmou hoje em tribunal que este era o modo de actuação do grupo e acrescentou que, após a apreensão, em 2010, de mais de 700 quilos de cocaína pelas autoridades espanholas na zona de Burgos, o presumível cabecilha delineou um plano para fazer o transporte da droga para Portugal, a qual seria depois levada para Espanha por via terrestre. Para o efeito, os elementos passaram a usar nomes falsos em documentos de identificação pessoal, facturas e contractos de arrendamento, procederam a um carregamento de teste e constituíram uma sociedade que seria a destinatária dos carregamentos e faria a separação da droga do carvão.
O homem esclareceu hoje que um dos outros arguidos no processo criou uma empresa em Portugal para receber a mercadoria, que seria depois levada para os armazéns e mais tarde transportada para Espanha. O arguido assumiu perante o colectivo de juízes que era ele que recebia directamente as ordens do suposto cabecilha e que foi o próprio quem fez o transporte da cocaína para Elvas, onde se encontrou com um outro arguido no processo que, por sua vez, levou o estupefaciente para Espanha. O primeiro carregamento, contendo meia tonelada de cocaína, chegou ao porto de Lisboa em Novembro de 2011. Depois da separação dos produtos, o carvão foi vendido a uma empresa, mas duas sacas contendo 12 quilos de cocaína seguiram por descuido, misturadas com o carvão, vindo a ser apreendidas em Dezembro.
Sucederam-se outros dois carregamentos, de 400 e 150 quilos de cocaína, respectivamente, em Março e Abril de 2012, mas o segundo chegou a Lisboa quando o grupo já estava detido. Dois outros arguidos, com menor responsabilidade na hierarquia da suposta rede criminosa de tráfico de droga de cariz internacional, confessaram igualmente o seu envolvimento nos crimes, tendo um deles, com 20 anos, pedido "desculpa e uma oportunidade" ao tribunal para se redimir. A próxima sessão ficou agendada para 11 de Setembro às 10:00 no Tribunal de Alenquer.
Fonte: http://sol.sapo.pt/
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