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sábado, 6 de janeiro de 2018

"Guiados por uma estrela..."

Alenquer inaugura este domingo o Centro Interpretativo do Pintar e Cantar dos Reis. Esta noite, de 5 para 6 de janeiro, cantam-se e pintam-se os Reis por várias freguesias.
Em Alenquer não se cantam apenas os Reis de porta a porta. Neste concelho, que pertence ao distrito de Lisboa, o Dia de Reis é assinalado com cantares e com pinturas nas fachadas das casas de várias freguesias, com grupos que mantém a tradição secular viva.
Essa tradição acontece na noite e madrugada de 5 para 6 de janeiro e é mantida viva por algumas centenas de pessoas.
Os reiseiros, o nome pelo qual são apelidados todos aqueles que fazem cumprir o ritual, dividem-se em dois grupos, o primeiro dos quais segue munido de lanternas, pincéis e tintas e marca o trajeto com pinturas, a vermelha e azul, de corações e vasos floridos, estrelas, símbolos de profissões - como uma balança ou um martelo - ou da sigla B.R., que quer dizer "Bons Reis".
O segundo grupo, após o apontador cantar a solo, entoa melodias e deixa votos de felicidades para o ano novo.
Com o objetivo de não perder essa tradição e de a dar a conhecer, a autarquia de Alenquer criou um Centro de Interpretação do Pintar e Cantar dos Reis. A inauguração está marcada para este domingo, 7 de janeiro.
A criação deste Centro Interpretativo do Pintar e Cantar dos Reis é mais um passo da autarquia para tornar estas tradições Património Cultural e Imaterial Nacional. Os responsáveis municipais querem também avançar com uma candidatura junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A autarquia de Alenquer diz que, pela informação que têm, este é o único centro do género no país dedicado à tradição dos Reis.
Custou 70 mil euros e vai ficar localizado no centro da vila de Alenquer, no antigo posto de turismo, no Parque Vaz Monteiro. Vai funcionar o ano inteiro.
Além das imagens das pinturas dos Reis, este projecto do Centro de Interpretação do Pintar e Cantar dos Reis envolve um estudo documental e multimédia sobre a tradição, e um roteiro pelas várias localidades que mantêm viva esta prática.
De acordo com o município, a tradição mantém-se viva em zonas como Catém, Casal Monteiro, Ota, Abrigada, Olhalvo, Pocariça, Mata e Penafirme, Cabanas de Torres e Paúla, cobrindo cerca de um terço da área do concelho.
Mas há memória de se terem pintado e cantado os Reis em Meca, Espiçandeira, Canados, Bogarréus, Fiandal, Bairro, Estribeiro, Valverde, Calçada, Pereiro, Aldeia Gavinha e Penedos.

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