Nótícia "Nova Verdade", edição de 15OUT2010
O aumento do desemprego e do custo de vida está a forçar muitos imigrantes a deixarem a região e a regressarem aos países de origem. As actuais condições em Alenquer e nos concelhos limítrofes, tal como no resto do País, estão longe de satisfazerem as ambições de quem chegou à procura de uma vida melhor.

Na maior comunidade imigrante concelhia, a brasileira, não se tem registado um número significativo de partidas, talvez porque na maior parte dos casos trabalham no comércio e serviços, que apesar dos baixos salários não têm sido tão afectados pelo desemprego. Já os imigrantes do Leste Europeu, têm sentido os efeitos drásticos da estagnação da construção civil e da paralisação de algumas indústrias, sectores onde encontraram maioritariamente trabalho quando chegaram à região, na primeira metade da última década. Agora, confrontados com a falta de trabalho, têm optado em grande número por regressar, segundo a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, “não tanto para os países de origem, mas para países mais próximos, porque como estão junto de países que aderiram recentemente à União Europeia é maior o investimento nessas zonas e tentam lá encontrar saídas para o seu futuro”.
Numa ronda junto da comunidade do Leste Europeu, o Nova Verdade ouviu aquilo que a partida de muitos destes imigrantes fazia adivinhar: “É cada vez mais difícil encontrar trabalho aqui e o trabalho que há é muito precário. Por isso, só ficam os que têm cá a família e a situação regularizada”, analisou o ucraniano Andreas P., que reside há dez anos na zona do Carregado, salientando que, “por causa da crise económica, Portugal já não é atractivo para quem procura uma vida melhor do que a que tem na Ucrânia”.
O autarca do Carregado testemunhou que, “de facto, o diminuto número de imigrantes que têm chegado à freguesia nos últimos meses, principalmente oriundos dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], mas englobando também alguns ucranianos, acontece sobretudo em casos de reagrupamento familiar e constatamos isso quando de deslocam à junta de freguesia para pedir atestados de residência”.
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