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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Museu em Alenquer está encerrado há anos com o espólio esquecido lá dentro

"Está ali um património arqueológico único que o meu avô foi descobrindo ao longo dos anos", disse o neto do arqueólogo Hipólito Cabaço. "Sentimos, de facto, uma grande tristeza".
Há cinco anos que o Museu Hipólito Cabaço está encerrado devido a problemas de infiltrações. O espólio deixado pelo arqueólogo que dá nome ao museu continua dentro do edifício. A situação está a preocupar alguns familiares de Hipólito Cabaço, que acreditam que as mais de 13 mil peças arqueológicas não estão a ser valorizadas pelo município, e que o estado do edifício do Museu, gerido pelo município de Alenquer, não justifica o seu encerramento.
"Não é por infiltrações que se fecha seja que museu for", disse ao jornal Público o neto do arqueólogo, António Hipólito Cabaço. "Está ali um património arqueológico único que o meu avô foi descobrindo ao longo dos anos. E sentimos, de facto, uma grande tristeza, porque não passa pela cabeça de ninguém que se feche um museu porque há algumas infiltrações e o telhado precisa de obras".
Ao Público, o vice-presidente da câmara de Alenquer, Rui Costa, explicou que a coleção Hipólito Cabaço vai ser realojada, até dezembro, num novo espaço, o Museu Municipal de Alenquer, que vai ser criado na antiga residência de Hipólito Cabaço, a chamada Casa da Torre. Esta será, afirmou, a principal exposição no novo museu, "devolvendo-lhe a dignidade que todos certamente reconhecerão".
O Museu Hipólito Cabaço foi fechado em 2010 devido à degradação do edifício, cujo telhado precisava de ser restaurado. Para o neto do investigador, porém, o trabalho de investigação do avô não está a ser valorizado. "É uma obra que, em qualquer parte do Mundo, seria de louvar. Na minha terra está fechada", contou ao Público.
As mais de 13 mil peças do museu que se encontra encerrado pertencem ao trabalho de investigação arqueológica de Hipólito Carvalho, que nasceu em 1885 em Paiol, no Ribatejo, e se dedicou ao estudo da pré-história. Hipólito Carvalho recolheu cerca de 15 mil objetos, que restaurou, catalogou e organizou, debruçando-se sobre o paleolítico e a Idade do Bronze, mas descobrindo também algumas espécies de dinossauro e mesmo artefactos da era romana.

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