Páginas

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Bombeiros acusados de atear fogos em Alenquer remetem-se ao silêncio em tribunal

Os dois bombeiros da corporação de Alenquer acusados de terem ateado vários fogos florestais entre 2017 e 2018 naquele concelho do distrito de Lisboa remeteram-se hoje ao silêncio no início do seu julgamento.
Os arguidos, de 21 e 24 anos, que estão em prisão preventiva, estão indiciados por crimes de incêndio florestal na forma consumada e na forma tentada.
A acusação, a que a agência Lusa teve acesso, descreve que, por razões não totalmente apuradas, os dois bombeiros decidiram atear fogos na área do concelho de Alenquer “para incrementar a ação aos fogos por parte dos Bombeiros Voluntários de Alenquer”.
Em alguns dos incêndios um dos arguidos agiu sozinho e nos restantes agiram em coautoria.
Chegados aos locais de ateamento dos fogos, “munidos de meios de ignição como isqueiros e acelerantes de combustão, como gás ou gasolina”, um dos homens permanecia ao volante da viatura, enquanto o outro se dirigia “para o alvo a incendiar, ateando-lhe fogo”.
O caso começou a ser julgado esta tarde pelo Tribunal de Loures, tendo os dois bombeiros optado por se remeter ao silêncio.
Contudo, antes do coletivo de juízes iniciar a leitura da acusação, o advogado de um dos arguidos decidiu apresentar uma declaração introdutória para defender a liberdade do seu cliente.
Manuel Mateus considerou que “não existem razões” para o seu cliente continuar em prisão preventiva, sublinhando que aquilo que aconteceu no concelho de Alenquer “não se pode comparar com a situação que se viveu em Pedrógão Grande”.
Nesta sessão, que se iniciou cerca de três horas depois do que estava agendado, o coletivo de juízes ouviu por videoconferência uma testemunha que presenciou o momento em que um dos arguidos tentou atear fogo.
A testemunha contou ao coletivo que se encontrava a correr num dos trilhos de Alenquer, quando se deparou com um homem “agachado e com um isqueiro na mão, que “fugiu imediatamente para dentro do carro”.
“Estava um foco de incêndio ateado, mas como a maior parte da vegetação era seca consegui apagar rapidamente”, afirmou.
Na próxima sessão, agendada para 12 de março, pelas 09:15, o Tribunal irá ouvir o depoimento de agentes da Polícia Judiciária, da GNR e o comandante dos Bombeiros de Alenquer.

Sem comentários:

Enviar um comentário