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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Câmara de Alenquer lança hasta pública de 1,1ME para vender antiga fábrica

A Câmara de Alenquer decidiu hoje lançar uma hasta pública para vender pelo valor mínimo de 1,1 milhões de euros a centenária fábrica de lanifícios da vila, abandonada há mais de 20 anos, para aí ser erguido um hotel.
"Houve interesse de um investidor no sentido de vir a criar um hotel e lançamos esta hasta pública, aberta a todos os investidores", afirmou o presidente da câmara, Pedro Folgado (PS), na reunião pública desta câmara do distrito de Lisboa.
A hasta pública para a fábrica da Chemina vai ser lançada pelo valor base de 1,1 milhões de euros, de acordo com a proposta, que foi aprovada por maioria, com votos contra do PSD/CDS-PP e da CDU e uma abstenção do PSD/CDS-PP.
O autarca adiantou que há necessidade de "acelerar a requalificação do edifício", já que há o risco de "qualquer dia cair" por se encontrar devoluto há 20 anos e estarem previstas obras de requalificação para o espaço público envolvente.
CDU e PSD/CDS-PP defenderam que ali fosse erguido um equipamento de utilização pública.
O imóvel vai ser alienado para aí ser erguido um hotel, que possa desenvolver o centro da vila, refere a proposta, a que a agência Lusa teve acesso.
A autarquia não possui verbas para a sua reconstrução, que "são elevadas" e seriam superiores a "quatro a cinco milhões de euros".
O adjudicatário vai pagar 10% do valor da hasta pública cinco dias após a sua realização e apresentar um projeto preliminar numa segunda fase, sendo obrigado a manter a fachada do edifício e a unidade a ter um auditório ou sala de conferências que possa ser utilizado pelo município, segundo a proposta.
"Não se pretende alienar a alguém que chega ali e mande o edifício abaixo", face ao valor histórico do imóvel, justificou Pedro Folgado.
O projeto definitivo deverá ser apresentado à câmara municipal três meses depois da hasta pública para vir a ser licenciado, enquanto a escritura pública celebrada 15 dias depois de o projeto ser licenciado, altura em que serão pagos os restantes 90% do valor da alienação.
A autarquia compromete-se a emitir licença de utilização oito meses depois, sob pena de o promotor do projeto desistir e ser ressarcido da caução paga.
O promotor terá três anos para concluir a obra, sob pena de ter de pagar ao município 50 mil euros por cada ano de atraso.
A proposta de hasta pública vai ser ainda submetida à Assembleia Municipal, que se deverá reunir este mês.
O município tem vindo a monitorizar o estado de conservação do espaço, tendo verificado um desvio de cinco centímetros na estrutura do edifício, podendo estar sujeito a derrocadas.
A fábrica da Chemina foi inaugurada em 1890, chegando a empregar duas centenas de trabalhadores ao longo dos anos.
Por volta de 1994, veio a fechar na sequência de um conturbado processo de falência e o edifício foi adquirido pelo município, que chegou a destiná-lo para centro cultural, uma escola e um hotel, mas nenhum projeto se concretizou.
Em 2000, foi alvo de um incêndio, que o deixou degradado.
O edifício, que se insere na malha urbana da vila, é composto por três andares, possui um outro anexo onde se localizavam as antigas caldeira e máquina a vapor, e tem uma fachada, que atinge os 16 metros de altura e 110 de largura.

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