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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Mulher telefonou para sogra a dizer que tinha matado os filhos

Os meninos foram encontrados dentro de um quarto cuja porta estava fechada à chave
A mulher de nacionalidade estrangeira que está a ser procurada pelas autoridades por suspeita da morte dos filhos menores em Alenquer, telefonou para a sogra a dizer que os tinha matado, relataram hoje os vizinhos e confirmou a GNR.
Na pequena aldeia de Preces, no concelho de Alenquer, onde o alegado infanticídio surpreendeu toda a população e é conversa hoje entre todos, os vizinhos disseram à Lusa que a avó das crianças, de um e três anos, foi a primeira a saber da ocorrência na quarta-feira à noite, minutos depois do sucedido.
A avó recebeu um telefonema da nora, de 30 anos, a dizer que teria matado os dois meninos, por via da inalação de fumo, ao pôr fogo à casa. Uma informação confirmada à Lusa por fonte da GNR.
A familiar alertou de imediato os militares da GNR, que se deslocaram à habitação onde o casal residia e que, ao aperceberem-se da existência de fumo que saía pelo telhado da casa, alertaram os bombeiros cerca das 22:00, disse o comandante do destacamento de Alenquer, Luís Barreto.
A alegada homicida terá também deixado um bilhete escrito por dentro da porta de entrada da habitação e ter-se-á colocado em fuga, tendo sido vista por moradores a sair a pé, de noite, pela estrada principal da aldeia, com uma mala de viagem.
A mãe que, segundo os vizinhos, estava com uma depressão e não saía de casa nem para levar as crianças ao médico nem ao infantário, tarefa que era assegurada pelo pai, terá aproveitado o facto de o marido ir trabalhar à noite para ficar sozinha com os menores.
Gertrudes Santos, proprietária da casa onde o casal vivia com os dois filhos, explicou à agência Lusa que a família vivia com "muitas dificuldades económicas", motivo pelo qual há um ano tinha emprestado a habitação para morarem.
Contudo, a família não estava referenciada como carenciada na câmara de Alenquer, disse o presidente da autarquia, Jorge Riso.
O comandante municipal da Proteção Civil, Rodolfo Batista, disse à Lusa que os meninos foram encontrados dentro de um quarto, cuja porta estava fechada à chave, mas sem chave.
O fogo ficou aí confinado, depois de ter começado num monte de roupa e alastrado às camas, onde as crianças estariam a dormir.
A mesma fonte adiantou que os menores ainda foram reanimados pelos bombeiros, mas acabaram por não resistir.
Os progenitores tinham-se juntado há cerca de três anos, mas, segundo os vizinhos, tinham problemas conjugais e já tinha havido ameaças de separação.
Antes da existência do segundo filho, que faria no sábado um ano, a mulher quis abandonar o lar, relatou Gertrudes Santos.
Na localidade, alguns vizinhos só tiveram hoje conhecimento do caso e, na rua onde a família habitava, não se registaram quaisquer movimentos, além da comunicação social e vizinhos. Até o padeiro deixou o pão pendurado no portão da casa, sem se ter apercebido.
A GNR e a Polícia Judiciária continuam a tentar localizar a suspeita, depois de ter encerrado pelas 06:00 horas de hoje as buscas, com a ajuda de brigadas cinoténicas.
As autoridades internacionais foram também alertadas, dado o risco de fuga para o estrangeiro, uma vez que a mulher possui outra nacionalidade.

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