A Narest assegura que os alimentos servidos às crianças "tinham
boa apresentação e nenhum sinal de deterioração"
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A empresa que tem fornecido refeições aos alunos das escolas do concelho de Alenquer, a Narest, recusa quaisquer responsabilidades pelas intoxicações alimentares de que foram vítimas mais de cem crianças, a 23 de Novembro.
Em comunicado, a empresa assegura que “todos os técnicos veterinários e de saúde pública que tiveram contacto com os alimentos servidos pela Narest no dia 23 de Novembro afirmaram que os mesmos tinham boa apresentação e nenhum sinal de deterioração”, e que isso mesmo foi “corroborado por todas as análises laboratoriais até agora realizadas por entidades independentes”.
Na reunião pública da Câmara de Alenquer, realizada na segunda-feira, o presidente Jorge Riso revelou que a autarquia vai rescindir o contrato com a Narest, que desde meados de Outubro fornece as refeições aos alunos dos jardins-de-infância e escolas do 1.ºciclo, acrescentando que esteve reunido com responsáveis da empresa na quarta-feira.
O autarca explicou que os serviços jurídicos da câmara estão a analisar o modo como a rescisão de contrato vai ser concretizada, razão pela qual o processo só deverá estar concluído dentro de 15 dias. Este é também o motivo pelo qual, excepcionalmente, este ano o município não vai garantir refeições nas escolas durante as férias de Natal.
Jorge Riso esclareceu que a autarquia vai seleccionar a segunda empresa mais bem classificada no concurso lançado em Outubro para fornecimento das refeições escolares e que esta deverá começar a assegurar o serviço no início do próximo ano.
Na semana passada, o presidente da câmara já tinha dito que “há mil e uma razões para acabar com o serviço” da Narest, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados da inspecção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
A 23 de Novembro, 75 crianças de vários jardins-de-infância e escolas do 1.º ciclo do concelho necessitaram de acompanhamento médico, devido a sintomas de intoxicação alimentar, mas a autarquia estima que possam ter sido afectadas mais de uma centena, visto que algunmas foram vistas por médicos do sistema privado.
A Narest rejeita responsabilidades e sublinha que “há um conjunto muito vasto de circunstâncias que podem ter produzido os factos” ocorridos naquele dia, e que “há factos que pura e simplesmente não podem ser controlados”. No comunicado enviado às redacções, a empresa reitera que, em quase 20 anos de existência, nunca esteve na origem de qualquer situação de intoxicação alimentar, graças a “rigorosos critérios de qualidade na escolha dos produtos alimentares utilizados na confecção de refeições, afectação de pessoal com formação em higiene alimentar e implementação de todos os sistemas de controlo, licenciamento e autorização exigidos por lei”.
A empresa tinha começado a fornecer cerca de 1750 refeições diárias, após um novo concurso público lançado pela Câmara de Alenquer que permitiu reduzir o preço da refeição de 2,92 para 1,34 euros, uma vez que os alimentos passaram a ser confeccionados na cantina de uma escola do concelho.
Para a empresa, “qualquer decisão (…) no sentido de prejudicar a boa execução do contrato” com o município “não tem quaisquer fundamentos legais nem científicos e equivale a um julgamento em praça pública”.
Fonte: http://www.publico.pt
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