Edil Jorge Riso (PS) felicitou a nova socorrista da CVP e antiga adversária política |
Aos 39 anos, Carla Castanheira decidiu abandonar uma carreira política ainda recente, como única deputada municipal do Bloco de Esquerda eleita nas autárquicas de 2009, para abraçar o voluntariado como socorrista da Unidade de Emergência do Carregado da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). “Estou aqui pelo facto de eu gostar do voluntariado, de ajudar as pessoas, já tinha tentado entrar antes, mas a CVP não permitia, devido a limite de idade imposto (35 anos), e quando surgiu a oportunidade, com a mudança dos estatutos da instituição, resolvi ingressar para ajudar os outros, porque me sinto bem desta forma”, justificou a ex-autarca bloquista, que ao longo dos cerca de três anos de mandato que cumpriu antes de romper com o partido, travou várias discussões acesas com o edil Jorge Riso, e a maioria PS, nas sessões da Assembleia Municipal de Alenquer.
E o voluntariado na Cruz Vermelha é, para Carla Castanheira, uma alternativa à carreira política? “Sem dúvida, porque na política nós fazemos, e esperam sempre coisas, em troca e aqui não. Nós fazemos as coisas de livre vontade e a Cruz Vermelha é uma organização que faz de boa vontade, sem esperar nada em troca, apenas para ajudar”, assumiu a nova socorrista, que reside na vila do Carregado, salientando que “na política é só jogos que não interessam e a gente quer é fazer as coisas de coração e não esperarem outras coisas de nós que nós não podemos dar”.
No final da cerimónia de juramento do compromisso de honra, já com a boina que a identifica como socorrista da CVP na cabeça, Carla Castanheira foi surpreendida pelo presidente da câmara alenquerense, Jorge Riso, com um forte e caloroso abraço de felicitação, que o Nova Verdade oportunamente testemunhou. É caso para dizer que, política à parte, o respeito e a admiração mútuos, entre antigos adversários, prevaleceram.
Notícia desenvolvida na edição de 15ABR2013 do "Nova Verdade"
Ela tem razão: a política tornou-se, infelizmente, uma actividade desprovida, na prática, do interesse pelo próximo. É pena que assim seja. E dói ver os deputados na AR, em discussões estéreis. Ir à rua, para perceber o anseio dos que sofrem este momento - isso não interessa. E é pena...
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