«Austeridade não chega, é necessário medidas de estímulo ao crescimento»

João Ferrão diz que "Alenquer tem enormes
potencialidades como concelho neorural"

O investigador João Ferrão considera que o actual quadro económico em Portugal “deve ser complementado por uma política de crescimento, sob pena de corrermos o risco, no fim da aplicação desta primeira fase da política de austeridade, de ficarmos pior do que estávamos antes”. Defendendo que “a crise pode ter várias saídas possíveis” e que “ninguém tem a solução em definitivo para a situação em que nos encontramos”, o ex-secretário de Estado do Ordenamento do Território preconiza “uma maior abertura a uma visão mais plural acerca dos caminhos a percorrer”, pois entende que “a desculpa de que temos um memorando da ‘troika’ para cumprir também tem que ser vista com bom senso”.

Em entrevista ao Nova Verdade, João Ferrão, de 58 anos, filho de alenquerenses e neto de um antigo presidente da Câmara de Alenquer, sublinha que “vai ser difícil para Portugal sair da crise, porque somos um país pequeno, periférico, não controlamos os mercados financeiros e não controlamos também as grandes decisões europeias, mas temos que olhar para a crise como uma oportunidade de mudança colectivamente e essa oportunidade de mudança significa sobretudo criar condições para um novo modelo de crescimento e de desenvolvimento”. 

Focando a atenção na realidade local, realça que “Alenquer tem um enorme potencial para se assumir como um concelho neorural, tirando partido da sua localização estratégica e das vertentes de ruralidade e da área urbana que se complementam”. No seu entender, o concelho “deve apostar numa estratégia assente nestes dois pilares” e não enveredar pela dicotomia entre Oeste e Lisboa, que classifica como “erro estratégico”. “A diversidade no caso de Alenquer é de um elevado potencial, tem um valor enorme. Quantos concelhos não gostariam de ter a parte Norte do concelho de Alenquer? Mas também muitos concelhos gostariam de ter as possibilidades da parte Sul do concelho de Alenquer”, sustenta.

Pode ler a entrevista na edição de 01OUT2011  do "Nova Verdade"