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domingo, 19 de junho de 2011

Montejunto dá nome a Orquestra

José Maria Ferreira, Ana Santana e João Paulo Santana
estão confiantes na aprovação da candidatura
A serra as divide, a serra as pode unir. As localidades de Abrigada (Alenquer) e Pragança (Cadaval), através das respectivas bandas filarmónicas, estão a desenvolver um projecto, a candidatar aos fundos do PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural, tendo como objectivo principal a constituição da denominada “Orquestra de Sopros de Montejunto”, que visa a dinamização artística, cultural e promocional da zona oeste, com destaque para a serra de Montejunto e populações adjacentes. 
“O projecto, abrangendo dois concelhos e duas colectividades centenárias, tem como pólo unificador a música representada pela criação da Orquestra de Sopros de Montejunto, composta por elementos das bandas da Sociedade Filarmónica União e Progresso de Abrigada (SFUPA) e da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro de Pragança, num total de 85 elementos”, afirma ao Nova Verdade o presidente da colectividade, José Maria Ferreira que, estando em funções há cerca de mês e meio, abraçou a ideia desta parceria inovadora, com a congénere do outro lado da serra, desde a primeira hora, contando com o apoio directo, e fundamental, do ponto de vista técnico, do maestro João Paulo Santana e da sua filha Ana. 
“Do contacto e das vivências dos jovens músicos, da troca de experiências, conhecimentos e atracção existente entre as duas terras próximas foi sendo criado um laço entre Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro de Pragança e a Sociedade Filarmónica União e Progresso de Abrigada, separadas apenas pela serra de Montejunto mas unidas pela mesma vontade de dar seguimento a esta actividade cultural tão enriquecedora, tão mágica e tão única, como é a música”, sublinha João Paulo Santana, maestro da banda de Abrigada há dez anos, acrescentando que “o projecto iniciou a sua actividade com a realização do primeiro estágio da Orquestra de Sopros de Montejunto, que decorreu entre 13 e 30 de Abril último, tendo o mesmo dado origem à realização de dois concertos de apresentação da orquestra, um na Abrigada e outro em Pragança”.
“O projecto que está a ser desenvolvido pelas duas bandas filarmónicas, com um horizonte de acção para cinco anos mas que deverá estender-se naturalmente para lá desse prazo, está orçado em perto de 100 mil euros, podendo ser financiado, a fundo perdido, em 60% pelo PRODER, através da Leader Oeste – Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural do Oeste, se a candidatura – como esperamos – for seleccionada”, esclarece José Maria Ferreira, especificando que “as verbas destinam-se a aquisição de instrumentos musicais e à manutenção dos mesmos, compra de fardamentos e a algumas obras, que no caso da SFUPA englobam a renovação da zona do palco do pavilhão sede da colectividade, concluído há quase 30 anos, que está bastante degradada”. O dirigente associativo assume que está “confiante e bastante optimista quanto à aprovação da candidatura, tendo em conta que se trata de um projecto inovador”.
Na perspectiva da jovem música Ana Santana, que integra a Filarmónica de Abrigada desde tenra idade, a criação da Orquestra de Sopros de Montejunto “pode constituir uma verdadeira lufada de ar fresco na vida das duas bandas, que são formadas maioritariamente por jovens, sendo objecto de muita rotatividade forçada, devido à constante partida de jovens da terra”. “No que toca à banda de Abrigada, só temos três elementos com mais de 40 anos, sendo, portanto, uma banda muito jovem”, especifica o pai-maestro, salientando que, nos cerca de 20 concertos realizados anualmente, “existe a preocupação de apresentar um reportório musical que seja do agrado das várias gerações, incluindo, por isso, desde rock até rapsódias populares”.
Sobrevivendo à custa das quotizações dos associados e da exploração do bar da sede, e de subsídios camarários que levam nove meses de atraso, a SFUPA vê na criação da Orquestra de Sopro de Montejunto uma oportunidade de renovação, e de abraçar novos desafios, que é entendida como sendo crucial para a vida daquela que é a banda filarmónica mais antiga do concelho de Alenquer, estando em actividade ininterrupta desde 1 de Dezembro de 1856. 

Fonte: "Nova Verdade"


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